sábado, 21 de dezembro de 2013

O Natal? A Felicidade?

Muitas pessoas buscam a felicidade em coisas materiais, sendo que ela (a felicidade) reside dentro de cada um de nós. A glória maior está no nascimento do Cristo no coração dos homens, Jesus nasceu para trazer a luz, a paz, a esperança e redenção aos homens. Deixe Jesus nascer em seu coração. Este texto retrata a importância de superar as dificuldades e adversidades que aparecem na nossa vida e incentiva-nos a buscar no nosso interior as forças necessárias para seguirmos adiante. A história do “menino” Jesus é um dos maiores exemplos de superação que se tem notícia, perseguido desde o seu nascimento Ele cresceu e se revelou o filho de Deus que veio para trazer a boa nova para os homens de boa vontade. Este pequeno texto traz uma grande mensagem e que, se vivenciado, pode ajudar-nos em todos os momentos da nossa vida.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Festa de Natal da A.D. Encontro Vida

Dia 22 de Dezembro vai ter efeito a festa de Natal (Musical) da A.D. Encontro Vida. Este musical foi totalmente criado e produzido por elementos ligados ao ministério infantil da Igreja.
A entrada é livre. É uma festa a não perder.


sábado, 7 de dezembro de 2013

O Nascimento de Cristo Jesus. O que nos trás?

Muitas pessoas buscam a felicidade em coisas materiais, sendo que ela (a felicidade) reside dentro de cada um de nós. A glória maior está no nascimento do Cristo no coração dos homens, Jesus nasceu para trazer a luz, a paz, a esperança e redenção aos homens. Deixe Jesus nascer em seu coração. Este texto retrata a importância de superar as dificuldades e adversidades que aparecem na nossa vida e incentiva-nos a buscar no nosso interior as forças necessárias para seguirmos adiante. A história do “menino” Jesus é um dos maiores exemplos de superação que se tem notícia, perseguido desde o seu nascimento Ele cresceu e se revelou o filho de Deus que veio para trazer a boa nova para os homens de boa vontade. Este pequeno texto traz uma grande mensagem e que, se vivenciado, pode ajudar-nos em todos os momentos da nossa vida.

Lucas 2:10-14
E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo:
Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura.


E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos 
exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo:
Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os 
homens.  

O NATAL EM SI 


O Natal é mais que uma comemoração, é uma oportunidade de evangelização.
Sabemos que a palavra Natal é sinónimo de boas novas e esperança de salvação.
Lucas 1:30
Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. 
Lucas 1:31
E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.
            A palavra natal procede do latim, natalis, que significa: nascimento, ou dia do aniversário do nascimento. Para o mundo cristão é o dia do nascimento de Cristo.
            Não possuímos elementos suficientes para fixar nem o dia nem o mês do nascimento de Cristo. A tradicional data de 25 de dezembro para esta comemoração, não apresenta nenhuma base bíblica. Não há na bíblia, nada que indique esta data. Apareceu primeiro no Ocidente, como dia do nascimento de Jesus no quarto século. No Oriente era o dia 06 de Janeiro.
Mateus 1:21
            E darás à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
Mateus 1:22
           Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz;
Mateus 1:23
            Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus connosco. 



Pajovi   Dezembro  2013




domingo, 27 de outubro de 2013

ANTIGOS CONGRESSISTAS ANOS 60 / 70


Realizou-se ontem dia 26 de Outubro de 2013 o 2º encontro de "ANTIGOS CONGRESSISTAS DOS ANOS 60/70" em Vila Franca de Xira. Foi sem dúvida um dia bem passado, um convívio com alguns irmãos que não víamos há já alguns anos. Também se falou na história dos congressos e no seu impacto sobre a sociedade em geral, mas também no impacto que causou no seio da comunidade evangélica, sendo que os congressos impulsionaram o crescimento de Igrejas e da comunidade evangélica no seu todo. 
Isto não é passado. É HISTÓRIA e nenhum povo pode sobreviver sem a sua história.











PASSADO, HISTÓRIA

Os filhos de DEUS não têm passado! Efésios 4:22 - Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos. Espiritualmente falando, os filhos de DEUS têm uma história. Nas mãos do nosso DEUS e PAI, o nosso passado é resolvido e a nossa história começa a ser escrita. Lucas 1:1- Muitos já se dedicaram a elaborar um relato dos factos que se cumpriram entre nós.
Viver no passado é parar no tempo, é estagnar e inviabilizar o futuro.
         Todo o passado mal resolvido, prende-nos e faz-nos ficar a olhar para trás. 2ª Coríntios 2:10- Se vocês perdoam a alguém, eu também perdoo; e aquilo que perdoei, se é que havia alguma coisa para perdoar, perdoei na presença de Cristo, por amor a vocês. Se alguém nos ofender, além de perdoar temos de esquecer.
         Porém em CRISTO, a nossa história é uma porta aberta para o amanhã, para a realização dos sonhos e promessas de DEUS.
         Só alguém livre de um passado escravizante e paralisador rompe na conquista do sobrenatural de DEUS, com ou sem crises porque está livre para tomar as decisões certas. Como decisão é uma questão de mentalidade, é preciso ter uma mente livre e renovada que não tenha em consideração as coisas antigas e que esteja aberta para decidir correctamente as coisas novas que DEUS está fazendo.
         Nós só influenciaremos positivamente o nosso futuro quando não vivermos as dores do passado. Não podemos pois ficar presos a um passado paralisador.
         A crise, pode ser um trampolim para grandes conquistas ou grandes derrotas, tudo irá depender das decisões que tomarmos quando ela se apresentar. Podemos estar em crise, na nossa vida pessoal, familiar ou profissional, mas se estivermos libertos do nosso passado e os nossos olhos, puderem ver as coisas novas de DEUS que estão a nascer, não caminharemos sem direcção, porque o SENHOR nos preparará o caminho.
         A libertação do passado e a renovação da mentalidade são fundamentais para tomar as atitudes correctas, especialmente em tempo de crises. No momento de crise, quando parecer que tudo está acabado, não podemos valorizar a derrota mas sim declararmos que DEUS está a fazer coisas novas na nossa vida.
         Temos de confessar perante DEUS as nossas fraquezas os nossos traumas e feridas e pela fé renunciar a tais coisas, assumindo a libertação e a cura. Devemos consagrar a nossa vida, mente e coração ao SENHOR e temos de nos firmar nos princípios e caminhos de DEUS. Tiremos os nossos olhos de ontem e olhemos para o SENHOR na esperança de um amanhã repleto de vitórias e conquistas. A crise de hoje, pode ser o ponto de partida para um salto de fé, que nos levará ao ponto mais alto e mais lindo da nossa existência.
         Não devemos fugir da crise, se ela chegou, devemo-nos encher do poder de DEUS, encará-la e resolve-la. Devemos declarar que chegou ao fim o passado de crises e de lembranças que nos escravizam e paralisam.
         O SENHOR chama por nós, para rompermos com um passado de derrotas e impossibilidades de assumirmos a nossa nova história, resolvida e escrita pela SUA mão.
         Não podemos viver as más lembranças do passado, pois este é o ano aceitável do SENHOR e ELE está a fazer coisas novas na nossa vida. Lucas 4:19 - A pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do Senhor.
            Este é o ano aceitável do SENHOR.

Pajovi               QUELUZ

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

AVENTURAS DE DOIS AMIGOS – PARTE 5

Alexandre interrompeu aquela torrente de palavras, lembrando:
            - Aqui não é o local mais apropriado para falar dessas coisas. Podíamos dar um passeio pelos campos e aproveitarmos o ensejo para acabar de combinar o plano.
            A ideia foi bem recebida pelo argentino, que pagou a despesa após o que, saíram. 
            Na rua, estava muito calor. Lufadas de ar quente levantavam grandes nuvens de poeira quente e sufocante, que os envolviam. Caminharam lentamente, procurando a direcção dos campos próximos, onde anos antes se haviam ferido grandes batalhas. Cruzavam-se, por vezes, com alguns camaradas que os saudavam com um aceno.
            Saltaram umas sebes e foram procurar abrigo á sombra escassa de uma oliveira. O local era aprazível. Viam-se terras cultivadas e em alguns pontos mais além, alouravam as searas. Aquilo era a obra pacífica dos legionários feitos agricultores.
            Alexandre sentou-se nuns torrões de terra e rompeu o silêncio em que se mantiveram desde que saíram da cantina.
            - Paulo cuidou admiravelmente dos pormenores do disfarce e pensou de maneira um pouco vaga em alcançarmos o Egipto – disse ele, em tom repousado. – A ideia é excelente. O Egipto é a terra onde estaremos mais seguros. De Alexandria ou do Cairo, podemos apanhar um navio que nos leve, sob a bandeira inglesa, até Buenos Aires. Mas é preciso pensarmos de que maneira poderemos percorrer tantos milhares de milhas que nos separam do vale do Nilo, na situação de proscritos que automaticamente será a nossa, após a deserção.
            - Bem – interrompeu o argentino.- Pensei seguir o caminho das antigas caravanas, que continua a ser frequentado por mercadores árabes.
            -Exactamente – concordou Alexandre. – Foi isso que eu também pensei. Mas não esqueçamos que somos três pobres almas sem dinheiro. O caminho das caravanas não se pode fazer a pé. Equivaleria à morte certa. Vocês sabem que alguns camaradas nossos foram encontrados mortos, ainda antes de atravessarem as montanhas e alcançar o caminho que passa do outro lado. A fuga transformou-se para eles, numa cilada fatal. Há uma coisa que pode resolver o problema e mesmo assim, a empresa será bastante difícil. É o dinheiro. Com dinheiro, poderíamos comprar um ou dois camelos, que nos transportassem. Improvisar-nos-íamos mercadores e dentro de alguns meses, estaríamos na terra dos Faraós. Ora, confesso, dinheiro não tenho. A  minha fortuna toda são vinte pesetas. O resto está na posse da “Companhia” e não posso reclamá-lo, senão no fim do contrato. E vocês com que contam?
            Paulo e Rogério entreolharam-se.
            -Todo o meu dinheiro são doze pesetas – disse timidamente o belga. Está inteiramente à sua disposição.
            Fazia já um movimento para sacar o dinheiro do bolso. Alexandre deteve-o, com um sorriso, segurando-lhe a manga da blusa.
            - Tenho um pouco mais que isso – pronunciou o argentino. – Ainda posso reunir umas trinta pesetas.
            - Bem, ponhamos de parte a ideia do dinheiro. Todos três reunidos somamos umas sessenta pesetas. Com isso, não podemos comprar um camelo. Quando muito, adquirimos um burro e teríamos de levá-lo às costas, através do deserto… O melhor é guardarmos esse dinheiro, como reserva, para o que der e vier.
            -Nesse caso, é impossível fugir… - Disse Rogério, a medo.
            -O impossível não existe – sentenciou Alexandre.
            -Estou disposto a arriscar tudo! – Exclamou Paulo Lopes. – Farei a tentativa, mesmo que tenha a certeza de encontrar a morte pelo caminho.
            -Bem, a morte é a melhor solução de todas as dificuldades. Portanto, não será o medo da morte que nos fará recuar – disse, muito calmo o checo, a contrastar com a exaltação do argentino. – Estudemos, primeiro, o itinerário e veremos depois a melhor maneira de o percorrer.
            E, com grande surpresa dos companheiros, tirou do bolso um papel, que desdobrou sobre os joelhos. Era um mapa bastante pormenorizado da África do Norte, até à Arábia.
            -Onde foste arranjar isso? – Perguntou o Paulo com assombro.
            -Tinha-o guardado há muito tempo. Quem guarda, acha – respondeu Alexandre.
            Lopes debruçou-se logo sobre o mapa, apontando com o dedo, disse:
            -Tive o cuidado de estudar o percurso até à Argélia, através do pequeno atlas do Saará. Podemos alcançar o trilho das caravanas do deserto, em três dias de marcha. Para lá de Figig, o trilho é muito frequentado pelos árabes. Podemos incorporar-nos numa caravana e seguir com ela até El Golea, ao sul da Argélia.



Pajovi   Agosto  2013

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Procuro relógio PIERRE CARDIN

Sou apaixonado por relógios de pulso e de bolso, e tenho procurado em todo o lado e não encontro um relógio Pierre Cardin i gual ao da foto. Se alguém souber de um  mesmo que esteja avariado ou mesmo só a caixa, eu estou interessado em comprar.



domingo, 21 de julho de 2013

AVENTURAS DE DOIS AMIGOS – PARTE 4

No dia seguinte era Domingo e, conforme afirmara Paulo Lopes – espécie de agente de ligação daquela pequena conspiração – deviam reunir-se os três para darem os últimos retoques no plano de fuga.
            Tinham a tarde livre e, além disso, haviam pedido dispensa de recolher, o que lhes dava uma apreciável liberdade de acção.
            O argentino conduzira Rogério à cantina, onde, dizia, Alexandre devia juntar-se a eles pelas dezasseis horas. Para o belga era quase uma honra entrar na intimidade do cabo Alexandre, cuja sabedoria o enchia de admiração e de timidez. Ia ombrear com aquele homem misterioso, ser tratado de igual para igual por alguém que, segundo se dizia na Companhia, poderia ser tudo e se deixava ficar modestamente na sombra de um quase anonimato.
            Estava um tempo magnífico, talvez demasiado quente. Mas os soldados estavam habituados ao calor africano.         De quando em quando, um sopro escaldante vinha do deserto, como um hálito de fogueira. Trilhando as ruas de Dar-Riffien, que principiava a tomar forma de cidade, depois de ter sido um aglomerado de barracas e barracões, Paulo Lopes não parava de falar sobre a grande aventura, que os iria arrancar, a eles, homens de acção, à monotonia daquela vida, onde morriam lentamente de tédio.
            Rogério escutava-o, embalado na música daquelas palavras que despertavam na sua alma o aventureiro que, depois de ter procurado o perigo de Marrocos, principiava a adormecer nos ócios da paz. O argentino afirmava que Alexandre também tinha as suas ideias sobre o assunto e, Rogério ia ter ensejo de expor as suas.
            O belga ficou um pouco atrapalhado. Não tinha ideias para dar. Embora Lopes andasse, nos últimos tempos, a incitá-lo à fuga, o certo é que apenas se decidira no dia anterior. Até então, mal pensara nos meios a empregar para pôr em prática um plano daquela natureza. Não queria saber dos planos. Descansava plenamente no Lopes e no Alexandre. Eles tinham imaginação para essas coisas; que as pusessem a trabalhar. Limitar-se-ia a executar o que lhe ordenassem.
            Naquele momento, com tremendo calor de Junho, que o fazia suar por todos os poros, só lhe apetecia uma cerveja bem fresca.
            - E eu bebo outra! – Concordou o argentino, tomando-o pelo braço e arrastando-o para o interior da cantina.
            Com grande surpresa sua, encontraram Alexandre já abancado a um canto, perante um “bock” espumoso. Na sala, havia mais alguns camaradas, mas, como de costume, o misterioso cabo procurava o isolamento.
            O argentino, numa expressão bem meridional, alçou os braços no ar, num espanto.
            - “Hombre”!- Exclamou – Chegaste com uma hora de avanço!
            Alexandre sorriu, estendendo-lhe silenciosamente a mão, que o argentino apertou com violência. Rogério cumprimentou-o, cheio de respeito.
            Abancaram. Uma “Camarera” mais pintada que um palhaço chegou-se ao grupo, na esperança de uma lambarice. – Vamos ver quem é o herói capaz de me pagar um refresco! – Exclamou ela, procurando ajeitar-se para tomar lugar entre Rogério e Paulo. Este teve, porem, um gesto de impaciência e afastou-a. – Desampara-nos a loja! – Pronunciou ele, de sobrolho carregado. – Temos assuntos muito importantes a tratar. – Ah! Não sabia que vocês pertenciam ao Estado-Maior – Replicou a rapariga. – Vão acertar o plano da próxima campanha… - O nosso plano é mais importante do que pensas – tornou o argentino, de mau modo. A “Camarera” afastou-se, resmungando e, foi exibir as suas graças junto do grupo que, no lado oposto, já parecia bem animado, pois tinha a mesa cheia de copos e garrafas. Ma não deixava de deitar olhares desconfiados aos três legionários.
            Sorvidos os primeiros goles de cerveja, logo o Lopes se inclinou para a frente e começou a cochichar sobre o assunto que o obcecava; A deserção.
            Alexandre ouviu em silêncio. Depois dirigindo-se a Rogério, perguntou-lhe: - Que dizes a isto, camarada? O rapaz corou como qualquer donzela, encolheu ligeiramente os ombros e replicou; - Estou disposto a segui-los, para a vida e para a morte… Já dei ontem a minha adesão.
            O outro pareceu ficar contente com aquela resposta e, apoiando-o lentamente com a cabeça, disse; - gosto desse espirito resoluto. Na verdade, a aventura em que nos vamos meter não é brincadeira. Não se trata de assaltar uma “cabila rifenha”. É coisa muito pior.
            Calou-se, com o olhar vago, como se, subitamente o seu pensamento fugisse para muito longe, lá para o Egipto remoto, que o argentino pensava em alcançar com facilidade. Pela maneira como falou, Rogério adivinhou logo nele o chefe, o homem capaz de conduzir a bom termo, aqueles que nele confiassem.
            Lopes começou a expor, entre dentes, pormenores do plano. Fugiriam disfarçados de mouros. Já assegurara três vestimentas brancas e as respectivas babuchas, por umas escassas moedas. O mercador árabe que lhas vendera prestara-se a guardá-las até ao momento em que decidissem utilizá-las. Era um homem recto, podia depositar-se nele um segredo como num túmulo.
            Por ele, ninguém saberia que utilizariam tal disfarce para fugir.



Pajovi   Julho  2013

sábado, 22 de junho de 2013

AVENTURAS DE DOIS AMIGOS – PARTE 3

            O Lopes, moreno como um mulato, olhos pretos fosforescentes, palavra fácil e ardente, gesto largo e enérgico, exercia uma espécie de fascinação sobre Rogério, grande menino louro de olhos azuis e infantis, que lhe bebia as palavras, lhe seguia os gestos e lhe escutava maravilhado os raciocínios.
            Foi ao belga que o argentino começou a assediar, em longas conversas, com propostas de fuga em que Rogério perguntava, infantilmente; Para onde iremos depois? Hombre! Exclamava o Paulo Lopes, muito exaltado. Uma vez livres deste inferno, cada um siga para as suas terras!
            Rogério ficava apreensivo. Parecia muito preocupado com o problema do rumo a tomar, depois de abandonar a Legião. Talvez não fosse a sua terra o ponto do globo que mais o seduzisse.
            Um dia, a um canto da cantina, onde a Concha, a cantineira, lhes servia generosamente uns copos de ”vermute” falsificado, Paulo Lopes confidenciou; Temos mais um companheiro para a abalada.
            Rogério lançou-lhe um olhar inquiridor. Paulo Lopes, fez a revelação; O Alexandre está disposto a partir connosco. Tive com ele uma conversa muito séria, sobre o assunto. Está resolvido a acompanhar-nos. Rogério parecia duvidar. Não foi sem certo trabalho que ele se convenceu, acrescentou o argentino. Alexandre afirmava que estava aqui muito bem. Mas teve de concordar comigo que, para levar vida de campónio por umas míseras pesetas, então antes em qualquer parte do mundo, onde a vida do campo renda coisa que se veja, sem a canga da disciplina militar que suportamos aqui. Visto não haver mais guerra, deviam licenciar-nos, pagando integralmente até ao fim do contrato. Não fariam nada de mais, que diabo! Arriscámos a pele, consolidámos o triunfo à Espanha. Agora, que não há perigo, que os marroquinos se foram abaixo, tragam para aí os paisanos, para colonizar isto!
            Então Alexandre decidiu-se a seguir connosco? Inquiriu Rogério, ainda na dúvida. Pois claro que acedeu. Afirmou o argentino. Já te disse; Mostrou-se hesitante, mas acabou por prometer acompanhar-nos. Temos de nos reunir amanhã os três, para afinar-mos os pormenores da fuga.
            Já tenho o meu plano traçado. Com mais umas ideias do Alexandre, que ele as tem sempre boas, a nossa fuga vai ser um êxito, acredita.
            Rogério ficou calado. Nem mesmo o facto de Alexandre, o mais valioso elemento da “Legião”, ter aderido ao empreendimento parecia comovê-lo ou dissidi-lo.
            Creio que, na companhia do Alexandre, nada há a temer – disse o Lopes. É um homem que sabe tudo, que resolve tudo. Vale por um batalhão.
            Sim o Alexandre vale muito – concordou o Rogério.
            Nesse caso, porque não te decides?
            O belga moveu, por momentos, os lábios sem emitir um som. Depois, tomando o fôlego, como se tivesse que proferir uma longa tirada, inquiriu: E para onde vai o Alexandre, depois de abandonar a “Legião”?
            Segue comigo para a Argentina – respondeu o outro – prometi arranjar-lhe um lugar em qualquer empresa do meu pai, em Buenos Aires.
            Hum… - resmungou o Rogério, entre dentes.
            Lopes olhou-o, por instantes. Em seguida, numa inspiração, perguntou: - Queres que te arranje também emprego na Argentina?
            Os olhos azuis do soldado encheram-se de uma grande claridade. A sua maior preocupação, ao que parece, não era o perigo de ser varado a tiro pelos perseguidores, nem as grandes caminhadas por terras desconhecidas – era o local seguro onde acolher-se, depois de abandonar a Legião Estrangeira. Dir-se-ia que aquele menino grande tinha medo de perder-se por esse vasto Mundo. As certezas de um destino, a promessa de um amparo, emprestavam-lhe outo ânimo.
            Mas perguntou ainda, com ar receoso: - E teremos possibilidades de atingir facilmente a Argentina?
            O pior é sair daqui - retorquiu o Lopes – Quando estivermos bastante longe da Legião, em território Inglês, que é o mais seguro, mando um telegrama ao meu pai, pedindo-lhe fundos. O que ele me remeter chegará certamente para fazer-mos a viagem, todos os três.
            Mas é difícil alcançar território inglês – Observou o Rogério – Só se conseguisse-mos atingir Gibraltar. A fuga por esse lado é quase impossível – replicou o argentino. – O caminho é muito exposto e está fortemente vigiado. Lembrei-me de alcançar o Egipto.
            Rogério soltou um assobio fino e murmurou: - É muito longe…
            Mas o Alexandre acha que é o mais seguro – Argumentou o argentino. E acrescentou: - Além disso, já tenho o meu plano para lá chegar. Teremos que atravessar território francês e italiano, onde não nos convém revelar a nossa proveniência, porque corremos o risco de ser entregues aos espanhóis. Mas já estudei o processo de passarmos sem sermos reconhecidos.
            Bueno – disse, por fim, Rogério. Conta comigo. Partirei quando quiseres. Mas não me faltes, depois, com um lugar na Argentina. Não me importo de trabalhar como vaqueiro.
            Paulo Lopes exultou com esta resolução e mandou vir mais uma garrafa de vermute falsificado, que lhes soube melhor que o autentico.
           



Pajovi   Junho  2013

quarta-feira, 29 de maio de 2013

AVENTURAS DE DOIS AMIGOS – PARTE 2

Entre os veteranos, contavam-se dois homens, no agrupamento, que ninguém sabia ao certo quem eram, nem de onde tinham vindo. Falavam correctamente o inglês, mas ninguém os supunha ingleses ou norte-americanos, dado a impossibilidade dos naturais destas nacionalidades se alistarem. Um deles, Alexandre. O mais velho franzino e nervoso, tez morena ou crestada pelo Sol africano, olhos castanhos penetrantes, face chupada e ossuda, devia ter entre trinta e cinco a quarenta anos. Já estava no agrupamento há oito anos. As balas fugiam-lhe, embora ele nunca se desviasse para lhes dar passagem.
                Quando lhe perguntavam qual a sua verdadeira nacionalidade, Alexandre sorria e encolhia os ombros. Inscrevera-se como checo, mas, um dia, confessara inadvertidamente a outro checo, com quem aliás falava sempre em alemão, que gostaria de visitar a República Checa. Contudo, os seus papéis eram Checos. Como checo o inscreveram no agrupamento as autoridades Espanholas. O seu nome, porém, era do mais vulgar súbdito de Sua Majestade Britânica; Alexandre Smith. Por comodidade os companheiros passaram a chamar-lhe apenas Alexandre.
                Era um dos elementos mais antigos da Legião Estrangeira e parecia disposto a nunca mais de lá sair, a não ser que a morte irritada com o seu desafio constante, resolvesse levá-lo um dia.
                Bom militar, inteligente, disciplinado, cometendo serenamente actos de espantosa temeridade, Alexandre, contudo, nunca subira além de cabo e parecia não ter maiores ambições. Condecorado várias vezes, mostrava-se indiferente às honrarias. No entanto, toda a gente lhe reconhecia excepcionais qualidades para subir de posto se quisesse. Era uma coisa bem patente. Não queria sair da obscuridade. Se quisesse poderia ser alferes. Os seus superiores não o contrariavam, deixavam-no permanecer naquele posto humilde, onde aliás era de grande utilidade.
                Alexandre percebia de tudo. Ninguém sabia até onde iam os seus conhecimentos. Não havia problema de mecânica que não resolvesse e quando às vezes, os técnicos, perante uma metralhadora encravada ou um avião imobilizado, cruzavam os braços, dizendo, como médicos perante uma enfermidade incurável, que nada havia a fazer, chamava-se o Alexandre, em último recurso, quase sempre quando já estavam perdidas todas as esperanças e Alexandre consertava facilmente a metralhadora e punha o motor do avião a funcionar.
                Um dia, o capitão que era ríspido e não tinha papas na língua, perguntou-lhe; Homem, tu és engenheiro? Alexandre sorriu, com o seu ar misterioso e respondeu, com estranha humildade; Apenas aprendi alguma coisa de funileiro. Mas a verdade é que Alexandre tinha uma cultura pouco vulgar; Comprazia-se em dissimulá-la, apenas fazendo, de quando em quando, surpresas aos companheiros.
                Falava inúmeros idiomas; Espanhol como um verdadeiro Castelhano, o francês e o inglês não tinham segredos para ele. Dois russos que havia na companhia só com ele se deliciavam a falar a língua materna e afirmavam que ele tinha uma pronúncia perfeitamente moscovita. O inglês era o idioma em que se exprimia mais correntemente, mas não se sabia ao certo quantas línguas ele dominava. Se na sua presença, se falava de Anatomia, de Química, de História, de Geografia ou de Etnografia das regiões mais exóticas, Alexandre falava delas com simplicidade, revelando uma erudição que deixava os companheiros assombrados.
                Era muito metido consigo próprio. Raras vezes se embriagava e fumava que nem uma chaminé, por um cachimbo muito queimado. Contava com amizades em toda a Companhia, mas ninguém se podia gabar da sua intimidade. Havia nele sempre qualquer coisa de inacessível e andava geralmente só. O único que se via mais vezes com ele, em conversas longas e gesticuladas era Paulo Lopes, o Argentino. Mas quem poderia resistir à loquacidade e simpatia de Lopes? Nem Alexandre! O Lopes era o homem mais falador da Legião estrangeira e por falar demais, algumas vezes fora castigado. Nem mesmo quando era sentenciado a trazer às costas um pesado saco cheio de arei do Deserto, saco que nem durante as refeições lhe era retirado, o Lopes se calava. Cumpria falando, esta pena bárbara a que algumas vezes o condenaram por falar demais. Se me calo rebento! Dizia ele, com os grandes olhos escancarados, no terror de lhe porem uma mordaça.
                O Paulo ia no quarto ano de servidão na Companhia. Apanhara apenas dois anos de guerra. Depois, cessaram as hostilidades e ele sentia-se logrado. Vim aqui para combater e não para fazer vida de camponês! Berrava ele, em protesto. Contratara-se por cinco anos. Tinha de ir até ao fim, sem fazer uso da espingarda, que fora substituída pela charrua. Os legionários eram agora uns lavradores militarizados e aborreciam-se daquela vida.
                Paulo Lopes não tinha medo em confessar que a sua vontade era fugir. Não viera a Marrocos para viver em paz. Ele pertencia ao número dos que se alistaram por espírito de aventura. Vivia folgadamente na sua terra. O seu pai possuía boas propriedades na Argentina e uma esplêndida vivenda em Buenos Aires. Pra fazer vida de camponês, tinha ficado a trabalhar na terra do pai. Viera para combater. Era esse o contrato. Se não lhe davam ensejo de combater, é porque o Governo de Espanha faltava ao contrato. Estava, portanto, rescindido, por falta de uma das partes…
                Os oficiais riam-se dos protestos do Argentino. Sabiam que ele era sincero na sua indignação, porque se mostrara sempre um bravo, nunca voltando a cara ao perigo.
                As ameaças de deserção do Argentino, porém pareciam brincadeira. Toda a gente sabia que muitos desertores tinham pago com a vida a temeridade de fugir. Brigadas de perseguição partiam no encalço dos fugitivos e sucedia algumas vezes, que os matavam, sem querer é claro. Os que escapavam eram condenados a uma vida tão miserável que só lembrar causava horror. Outros que conseguiam escapar aos perseguidores, não conseguiam não conseguiam salvar-se de outro perigo maior; O implacável deserto, onde muitos morriam de sede e de fome.
                Não, não era fácil fugir da Legião Estrangeira. A prudência aconselhava a aguardar pacientemente o fim do contrato, tanto mais que concluídas as hostilidades, havia cerca de um ano, a vida não era má e decorria com calma.
                Entre os que escutavam a algaraviada do Argentino, sobre a vida aborrecida que ultimamente se levava na Legião Estrangeira, estava um rapagão espadaúdo e alto, um maravilhoso atleta da Companhia, que tinha um génio folgazão e uns músculos temíveis. Chamava-se Rogério, dizia-se Belga e falava mal o francês. Era mais um paradoxo daquele ambiente de aventureiros. Porque razão o belga falava tão mal o francês e se exprimia tão bem em espanhol e inglês? Os seus colegas pouco o assediavam com perguntas a tal respeito, porque ali o passado de cada um, é coisa sagrada na qual ninguém toca. Se Rogério era um bom companheiro, valente como poucos, forte como um búfalo um pouco ingénuo, como se fosse um menino muito grande, isso bastava à curiosidade dos camaradas, que admiravam os seus feitos desportivos e algumas façanhas heróicas  praticadas, afirmava ele, sinceramente, sem dar por isso.
                Rogério pouco se dava com Alexandre. Tinha por ele um respeito muito grande e sentia-se tímido ao seu lado. Durante os seis anos que já vivera na Companhia, podiam-se contar pelos dedos as vezes que falara com o erudito camarada e este nem parecia dar pela sua presença, pois talvez não compartilhasse da admiração geral pela força extraordinária do belga.
                Em compensação, principalmente nos últimos tempos, Rogério e o argentino tinham-se tornado unha com carne. Onde estivesse um estava o outro.


Pajovi   Maio 2013

domingo, 19 de maio de 2013

AVENTURAS DE DOIS AMIGOS – PARTE 1


Deram mais alguns passos hesitantes arrastando as “babuchas mouriscas”, que deixavam na areia um longo sulco, mas Paulo Lopes deteve-se arquejante, amparado pelos companheiros e murmurou, com voz entre-cortada; Não posso mais!
                Rogério e Alexandre trocaram um olhar angustiado, que o outro, todo derrubado para a frente, como se a cada momento fosse cair, não pode ver.
                Olharam depois em redor vagueando a vista pelo deserto, na esperança de que no amplo ermo, aparecesse a salvação. Nada! Tudo era desolação. Nem o vulto de uma palmeira surgia ao longe, a acenar-lhes a promessa de uma pequena sombra.
                Vamos, mais um pouco de energia – aconselhou Rogério, o mais alto dos três e por certo, aquele que devido à sua constituição atlética, parecia mais resistente aos tormentos do deserto.
                Creio que já vejo ali à frente despontar as folhas verdes de uma palmeira… mentiu Alexandre que embora sendo o mais franzino, tentava animar o Lopes, vencido pela fadiga.
                Havia vinte dias que disfarçados naquelas vestes brancas de mouros, se tinham escapado do acampamento da Legião Estrangeira. A ideia fora de Paulo Lopes. Ele contagiara os camaradas com todo o seu entusiasmo, comprara os mantimentos, adquirira a um Árabe amigo os trajos mouriscos, estudara durante semanas, em silêncio e segredo o itinerário a seguir, dera-lhes o último empurrão, quando os companheiros se mostraram hesitantes e era agora o que primeiro se deixava abater.
                A ideia de abandonar a Legião Estrangeira, de que os três eram veteranos, andava há muito tempo a assolar as suas mentes. Mas calavam-na. O receio de que os oficiais suspeitassem de tais planos levava-os a dissimulá-los, ocultando-os dos próprios companheiros de armas.
                O único, que às vezes se atrevia a falar de uma possível deserção, era o Paulo. Mas à cautela, fazia-o em tom de chacota, acrescentando até, cheio de seriedade e aparente convicção, que o Legionário que tentasse a fuga na época em curso deveria ser considerado louco varrido e punido seriamente.
                Compreendia-se um desertor, naqueles tempos terríveis em que se jogava a vida a cada momento; Mas agora, que o soldado fora transformado em colono, trocando a espingarda pela charrua, a baioneta pela enxada, embora sujeito à disciplina militar, parecia pura loucura abandonar uma existência calma, sem riscos, com alimentação e vestuário garantidos e dinheiro no bolso, para gastar no Bar e amealhar uma boa porção.
                Quem seria o imbecil, que vivendo nestas condições de tranquilidade e segurança, quereria trocar tão preciosas vantagens pela vida civil, tão incerta, da qual a maioria dos soldados já se desabituara, ou pelos riscos de uma fuga, que implicava severas punições?
                 O agrupamento era formado por gente das mais diversas condições sociais, vinda muitas vezes sabe-se lá de onde. O passado do homem que se alistava na Legião Estrangeira, para combater, não contava. Era letra morta. A vida, uma existência espinhosa, plena de perigos, começava no momento em que se alistava, muitas vezes para terminar pouco tempo depois no primeiro combate em que entrava. Pouco importava que longe, algures no Mundo, houvesse uma mãe, uma esposa ou uma namorada, para quem esse homem representasse a única afeição. Essas “pieguices” ocultava-as cada um bem fundo no seu coração, como se fossem fraquezas condenáveis. Raros eram os vestígios dessas afeições distantes. Às vezes, no espólio de um caído para sempre no campo de batalha, encontrava-se o retrato de uma mulher, com uma terna dedicatória ou de um velhote (um pai ou avô), que nem sabia em que recanto do mundo o rapaz se encontrava.
                Havia Legionários que nunca falavam da vida passada. Alguns ocultavam crimes que lhes pesavam na consciência e tentavam redimir-se, expondo a vida em locais mais arriscados durante os combates, cometendo temeridades que chegavam a encher de espanto os veteranos, a quem as balas, depois de uma longa vida e vã perseguição, parecia já nem quererem procurar. Outros alistavam-se por simples espírito de aventura. Eram estes, que não tendo vergonhas a esconder, nem episódios amargos a recordar, se mostravam mais faladores, sobretudo nas conversas tidas no Bar, evocando bons tempos nas suas aldeias tranquilas onde nasceram.
                O agrupamento era uma autêntica “Babel”. Nele tinham entrada livre, aventureiros de todos os Países, de todas as latitudes, de todas as raças. Só Ingleses e Norte-Americanos, por um convénio especial, eram proibidos de se alistar. No entanto alguns por lá passaram… Depois de se terem nacionalizado turcos, argentinos ou peruanos. Polacos, russos, lituanos, checos, portugueses, franceses de todo o lado por lá apareceram oferecendo o seu sangue pela causa Espanhola. Porque ela fosse justa? Por amor a um País de que em regra mal sabiam o idioma? Não! Apenas porque ali se arriscava a vida, ou porque se vivia uma grande aventura, ou porque se encontrava um refúgio, enquanto a morte não se lembrasse de os levar.
                 Se Marrocos tivesse instituído a Legião Estrangeira e pudesse pagá-la tão facilmente como os Espanhóis, mais de metade do agrupamento passava-se para as fileiras do agora inimigo.
                O Legionário, em regra, depois de alistado, sofria uma grande desilusão, sobretudo se era um velho ideal de cavalaria que o levava a Marrocos. A disciplina era férrea, brutal mesmo; Os castigos eram pesados, inquisitoriais e as regalias eram poucas. Caía-se numa estúpida servidão. O homem transformava-se numa máquina de matar, com alguns momentos de prazer grosseiro, no intervalo das chacinas. Esses prazeres só contribuíam para o embrutecer ainda mais.
                Muitos arrependiam-se da precipitada resolução, depois de alistados, mas era tarde. Depois de aceite o contrato, por três ou cinco anos, era preciso cumpri-lo até ao fim, se uma bala libertadora não quebrasse o compromisso… Apanhados na odiosa armadilha, não podiam revoltar-se. Só havia um caminho; Aceitar resignadamente aquela vida, como pena que é preciso expiar. Mas coisa curiosa e paradoxal! Muitos deles, quando expirava o prazo do contrato, quando podiam enfim libertar-se, voltavam a contrair novo contrato. E por mais uns anos, repetiam as lamentações conta aquela vida de cão, contra as injustiças dos oficiais, conta a fatalidade de um destino que afinal eles próprios tinham procurado. Os homens terem destas irónicas e paradoxais atitudes.
               


Pajovi   Abril 2013
                 

quinta-feira, 14 de março de 2013

A FÉ E A REALIDADE DA VIDA


Isaías 26:3-6
“Tu guardarás em perfeita paz aquele cujo propósito está firme, porque em ti confia. Confiem para sempre no Senhor, pois o Senhor, somente o Senhor, é a Rocha eterna. Ele humilha os que habitam nas alturas, rebaixa e arrasa a cidade altiva, e a lança ao pó. Pés as pisoteiam, os pés dos necessitados, os passos dos pobres.” 

        Quais são as expectativas que temos de Deus diante dos acontecimentos ao nosso redor? Muitas pessoas vêm à igreja esperando receber o que Deus nunca prometeu.
             A experiência dos cristãos não se baseia na ideia que muitos têm de como deveria ser a vida do cristão. É preciso entender que o bem-estar verdadeiro não deve estar totalmente voltado para as circunstâncias externas. Se você pensa que a verdadeira fé significa ter certeza que tudo ocorrerá de forma favorável aos seus planos, provavelmente você está próximo de uma decepção espiritual. A maturidade cristã depende da maneira como compreendemos o que é realmente a fé, diante dos ganhos e percas da vida. Qual a base para o desenvolvimento da fé genuína?
          As pessoas de uma maneira geral vêem o conceito de felicidade, como sendo a ausência de factos ou situações desconfortáveis e a presença de tudo que lhes dão prazer e conforto. Assim, muitos cristãos acham que a fé verdadeira tem que estar de acordo com esse parâmetro. Imaginam a fé como se ela pudesse levar Deus a agir como eles acham que deve ser. Conforme esse padrão de felicidade e fé, podemos concluir que quase não há pessoas felizes e fervorosas na Bíblia. No entanto, os exemplos bíblicos que mostram fé e felicidade desta forma são de pessoas que estavam em crise espiritual, revelando assim a sua imaturidade no relacionamento com Deus. Chegaram até a considerar em vão a sua experiência espiritual.
Salmo 73:1-3 e 13 “1- Certamente Deus é bom para Israel, para os puros de coração. 2- Quanto a mim, os meus pés quase tropeçaram; por pouco não escorreguei. 3- Pois tive inveja dos arrogantes quando vi a prosperidade desses ímpios. 13- Certamente foi-me inútil manter puro o coração e lavar as mãos na inocência.  Assim, é preciso analisar a relação da fé com as adversidades.
          São vários os exemplos bíblicos de pessoas com genuína fé em Deus. Curiosamente, porém, quase nenhumas delas viveram sem passar por circunstâncias difíceis. A galeria dos heróis da fé em Hebreus 11, bem poderia ser chamada de galeria dos que “aprenderam a viver contentes em toda e qualquer situação.”
Filipenses 4:11. Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância”.  O apóstolo Pedro aconselha-nos a não estranharmos “o fogo ardente... Destinado a provar-vos”. I Pe 4:12-1412- Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para os provar, como se algo estranho lhes estivesse acontecendo. 13- Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua glória for revelada, vocês exultem com grande alegria. 14- Se vocês são insultados por causa do nome de Cristo, felizes são vocês, pois o Espírito da glória, o Espírito de Deus, repousa sobre vocês”.  O cristão não deve ser conformista ou masoquista diante dos problemas, mas deve encará-los como oportunidades para mostrar o que a fé tem de melhor. É nesse sentido que Jesus disse que não veio trazer paz à terra, porém espada.

           Como é que o cristão deve encarar as dificuldades que o cercam? Elas existem na vida do cristão porque lhe falta fé suficiente?
           Você consegue associar as adversidades com o contexto do conflito entre Deus e satanás? Quem é o causador e quem permite? Por quê?

             O profeta Habacuque revela que a fé nos enleva a uma atmosfera onde a alegria verdadeira tem uma única fonte que é Deus. Hb 3:17-19
”17-  Contra quem Deus esteve irado durante quarenta anos? Não foi contra aqueles que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? 18- E a quem jurou que nunca haveriam de entrar no seu descanso? Não foi àqueles que foram desobedientes? 19- Vemos, assim, que foi por causa da incredulidade que não puderam entrar”. Ele sabia por experiência própria que a alegria vinda de Deus não depende de circunstâncias. Por isso Jesus diz em: João 15:11Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa”.  O cristão aprende a olhar para além das nuvens escuras na certeza de que o Sol logo voltará a brilhar. Considere isto: Qual foi a sua reacção diante da última crise que enfrentou? 

O apóstolo Paulo dá-nos um excelente conselho:
Rom: 12:12 “Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração”. Este conselho mostra-nos a base para experimentarmos a real maturidade cristã. Para termos paciência diante das adversidades e nos alegrarmos na esperança, precisamos ser perseverantes na oração. Isaías divisou o tempo quando a alegria será eterna e os eventos serão somente para a satisfação dos remidos. Is 35:10 “E os que o Senhor resgatou voltarão. Entrarão em Sião com cantos de alegria; duradoura alegria coroará suas cabeças. Júbilo e alegria se apoderarão deles, e a tristeza e o suspiro fugirão”.  Devemos viver com esta convicção. A genuína fé é caracterizada não por acharmos que a confiança poderá mudar os planos de Deus e que tudo aconteça como queremos, mas sim pela capacidade de esperar sempre n´Ele.
          A nossa vida de comunhão com Deus tem sido suficiente para desenvolver paciência diante das tribulações? Se não, como podemos melhorar?

         “Um homem cujo coração se firme em Deus, será na hora de sua maior prova o mesmo que era na sua prosperidade, quando a luz e o favor de Deus e do homem incidiam sobre ele. A fé alcança o invisível e apega-se a realidades eternas.


Pajovi

Triunfar sem criticar, é o princípio básico de um líder!

  Se queremos triunfar na vida, não devemos criticar ninguém. Aqueles que criticam os outros são débeis, no entanto aquele que se autocrític...