sexta-feira, 30 de agosto de 2013

AVENTURAS DE DOIS AMIGOS – PARTE 5

Alexandre interrompeu aquela torrente de palavras, lembrando:
            - Aqui não é o local mais apropriado para falar dessas coisas. Podíamos dar um passeio pelos campos e aproveitarmos o ensejo para acabar de combinar o plano.
            A ideia foi bem recebida pelo argentino, que pagou a despesa após o que, saíram. 
            Na rua, estava muito calor. Lufadas de ar quente levantavam grandes nuvens de poeira quente e sufocante, que os envolviam. Caminharam lentamente, procurando a direcção dos campos próximos, onde anos antes se haviam ferido grandes batalhas. Cruzavam-se, por vezes, com alguns camaradas que os saudavam com um aceno.
            Saltaram umas sebes e foram procurar abrigo á sombra escassa de uma oliveira. O local era aprazível. Viam-se terras cultivadas e em alguns pontos mais além, alouravam as searas. Aquilo era a obra pacífica dos legionários feitos agricultores.
            Alexandre sentou-se nuns torrões de terra e rompeu o silêncio em que se mantiveram desde que saíram da cantina.
            - Paulo cuidou admiravelmente dos pormenores do disfarce e pensou de maneira um pouco vaga em alcançarmos o Egipto – disse ele, em tom repousado. – A ideia é excelente. O Egipto é a terra onde estaremos mais seguros. De Alexandria ou do Cairo, podemos apanhar um navio que nos leve, sob a bandeira inglesa, até Buenos Aires. Mas é preciso pensarmos de que maneira poderemos percorrer tantos milhares de milhas que nos separam do vale do Nilo, na situação de proscritos que automaticamente será a nossa, após a deserção.
            - Bem – interrompeu o argentino.- Pensei seguir o caminho das antigas caravanas, que continua a ser frequentado por mercadores árabes.
            -Exactamente – concordou Alexandre. – Foi isso que eu também pensei. Mas não esqueçamos que somos três pobres almas sem dinheiro. O caminho das caravanas não se pode fazer a pé. Equivaleria à morte certa. Vocês sabem que alguns camaradas nossos foram encontrados mortos, ainda antes de atravessarem as montanhas e alcançar o caminho que passa do outro lado. A fuga transformou-se para eles, numa cilada fatal. Há uma coisa que pode resolver o problema e mesmo assim, a empresa será bastante difícil. É o dinheiro. Com dinheiro, poderíamos comprar um ou dois camelos, que nos transportassem. Improvisar-nos-íamos mercadores e dentro de alguns meses, estaríamos na terra dos Faraós. Ora, confesso, dinheiro não tenho. A  minha fortuna toda são vinte pesetas. O resto está na posse da “Companhia” e não posso reclamá-lo, senão no fim do contrato. E vocês com que contam?
            Paulo e Rogério entreolharam-se.
            -Todo o meu dinheiro são doze pesetas – disse timidamente o belga. Está inteiramente à sua disposição.
            Fazia já um movimento para sacar o dinheiro do bolso. Alexandre deteve-o, com um sorriso, segurando-lhe a manga da blusa.
            - Tenho um pouco mais que isso – pronunciou o argentino. – Ainda posso reunir umas trinta pesetas.
            - Bem, ponhamos de parte a ideia do dinheiro. Todos três reunidos somamos umas sessenta pesetas. Com isso, não podemos comprar um camelo. Quando muito, adquirimos um burro e teríamos de levá-lo às costas, através do deserto… O melhor é guardarmos esse dinheiro, como reserva, para o que der e vier.
            -Nesse caso, é impossível fugir… - Disse Rogério, a medo.
            -O impossível não existe – sentenciou Alexandre.
            -Estou disposto a arriscar tudo! – Exclamou Paulo Lopes. – Farei a tentativa, mesmo que tenha a certeza de encontrar a morte pelo caminho.
            -Bem, a morte é a melhor solução de todas as dificuldades. Portanto, não será o medo da morte que nos fará recuar – disse, muito calmo o checo, a contrastar com a exaltação do argentino. – Estudemos, primeiro, o itinerário e veremos depois a melhor maneira de o percorrer.
            E, com grande surpresa dos companheiros, tirou do bolso um papel, que desdobrou sobre os joelhos. Era um mapa bastante pormenorizado da África do Norte, até à Arábia.
            -Onde foste arranjar isso? – Perguntou o Paulo com assombro.
            -Tinha-o guardado há muito tempo. Quem guarda, acha – respondeu Alexandre.
            Lopes debruçou-se logo sobre o mapa, apontando com o dedo, disse:
            -Tive o cuidado de estudar o percurso até à Argélia, através do pequeno atlas do Saará. Podemos alcançar o trilho das caravanas do deserto, em três dias de marcha. Para lá de Figig, o trilho é muito frequentado pelos árabes. Podemos incorporar-nos numa caravana e seguir com ela até El Golea, ao sul da Argélia.



Pajovi   Agosto  2013

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Procuro relógio PIERRE CARDIN

Sou apaixonado por relógios de pulso e de bolso, e tenho procurado em todo o lado e não encontro um relógio Pierre Cardin i gual ao da foto. Se alguém souber de um  mesmo que esteja avariado ou mesmo só a caixa, eu estou interessado em comprar.



Triunfar sem criticar, é o princípio básico de um líder!

  Se queremos triunfar na vida, não devemos criticar ninguém. Aqueles que criticam os outros são débeis, no entanto aquele que se autocrític...