terça-feira, 8 de novembro de 2022

O que é um jugo desigual?

 

Muitas pessoas têm dúvidas a respeito do real significado da expressão “jugo desigual”, traduzida do grego para o português desta forma em 2 Coríntios 6.14-15 (ARA):  Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?

Vamos analisar o que diz o apóstolo neste texto. Fica bastante claro se observarmos todo o contexto, sobre o que está o apóstolo Paulo a falar, é sem dúvida acerca da “sociedade”, da “comunhão”, da “harmonia”, da “união” e da “ligação” entre servos de Deus e as pessoas incrédulas (2 Coríntios 6.14-18) (ARA). Todas estas palavras escritas por Paulo, reforçam o pensamento de que o crente deve avaliar com muito cuidado os seus laços de relacionamentos e negócios com incrédulos.

Posto isto, vamos avaliar a expressão grega “heterozugeo”, traduzida para o português como “jugo desigual”. No grego a expressão aponta para alguém que tem um relacionamento desigual ou que tem comunhão com alguém que não é semelhante. (Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong). Em português a palavra “jugo” aponta para uma “canga ou junta de bois” (Dicionário Priberam), que é um objeto que une dois bois para que andem no mesmo compasso, enquanto puxam o carro de bois. Uma figura bastante clara de “algo” que une duas ou mais pessoas à volta de um objetivo comum. Se o jugo estiver desigual, os bois não conseguem atingir o objetivo de fazer o carro de bois andar corretamente, além de sofrerem muito.

Para compreendermos o significado real do texto, precisamos ainda avaliar as palavras citadas por Paulo para apontar este tipo de união: sociedade, comunhão, harmonia, união e ligação.

A palavra sociedade, traduzida do grego “metoche”, significa partilhar, participar. A palavra comunhão, traduzida do grego “koinonia”, significa ter uma relação de intimidade, de comunhão íntima com alguém. A palavra harmonia, traduzida do grego “sumphonesis”, significa concordância, acordo. A palavra união, traduzida do grego “meris”, significa uma parte designada, traduzida nalgumas versões bíblicas em português como “em comum”. A palavra ligação, traduzida do grego “sugkatathesis”, significa aprovação, assentimento, acordo. (Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong).

Colocados os significados das expressões, podemos entender sobre o que Paulo está a falar neste texto. Paulo está a falar de uma união de pensamentos e propósitos nas relações entre crentes e incrédulos. Uma união de intimidade que os faz andar nos mesmos propósitos. Propósitos, é claro, de conflito com a sã doutrina (jugo desigual), por isso mesmo totalmente rejeitados por Deus.

Penso que Paulo não está a proibir aqui, todo o tipo de relacionamento com incrédulos, caso contrário, seria impossível realizar a obra de evangelização ordenada por Jesus e até mesmo viver neste mundo.

O que está em questão aqui, é uma união de propósitos que nunca combinarão, devido ás suas diferenças notórias. Repare nas perguntas de Paulo, que nos mostra o contraste claro deste tipo de união de propósitos: “que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Queharmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos?” (2 Coríntios 6.14-16)

A diretiva de Paulo, expõe o porquê de Deus não querer este tipo de união na vida dos Seus servos: 2 Coríntios 6:16-18 (ARA)” Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.”

Assim, o crente deve ser sábio para avaliar que tipo de “sociedade”, “comunhão”, “harmonia”, “união” e “ligação” assume com alguém descrente, pois podem ser prejudiciais à sua vida de cristão e estar em desacordo com a vontade de Deus. Lembrando que Paulo traz a ideia de que o crente é o santuário de Deus, ou seja, Deus habita nele. No Antigo Testamento, quando o templo ainda existia, muitas vezes o povo de Deus trouxe coisas impuras para dentro do tempo, contaminando-o e provocando a ira de Deus e grande calamidade sobre si. O crente em Jesus, sendo santuário de Deus, não pode imitar esse mau costume prejudicial.

Para concluir, é interessante notar que Paulo não nos deixou nenhuma lista para exemplificar que tipos de uniões estariam incluídas na sua proibição. Eu também não tenho a ousadia de deixar nenhuma lista. Creio que cada um deve avaliar caso a caso para tomar decisões acertadas sobre as relações de comunhão e intimidade que assume com descrentes, se estão ou não debaixo da bênção de Deus, se estão ou não em conformidade com a sã doutrina, se são ou não um jugo desigual.

A base para a tomada de decisão, está clara nas palavras de Paulo nas Escrituras Sagradas.

 

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