“Quando perdoamos, estamo-nos
a libertar. Com o perdão, as algemas que nos prendiam ao passado são partidas, e
passamos a respirar aliviados e a caminhar livremente”.
“Então,
Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão
pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?” Mateus 18:21 (ARA)
“Tão amplo como o universo que
habitamos é o universo que habita em nós.”
Carlos Hilsdor.
Temos de compreender como se
movem as energias no nosso ser interior, pois esta é a condição para podermos
ser livres e felizes. A liberdade é o maior bem do qual podemos usufruir
nesta escola que é a vida, mas jamais seremos livres se não libertarmos certos
“conteúdos” deste nosso universo interior. “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós
permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos;
e conhecereis a verdade, e a verdade vos
libertará.” João
8:31,32 (ARA)
Quando reprimimos a nossa energia
interior, damos origem à doença, nomeadamente à depressão. A nossa energia gerada pelos
pensamentos e pelas emoções, deve fluir como os rios e como os ventos, que
sopram livremente. O movimento que orquestra e define a vida tem de fluir livre
e continuamente. A água muito tempo parada é sinônimo de água contaminada. As
mais perigosas de todas as “águas contaminadas”, ou seja, os mais perigosos
“conteúdos” do nosso eu, ou do nosso universo interior, são: a ignorância, o egoísmo,
o orgulho, a vaidade,
a raiva e a mágoa.
A raiva e a mágoa são terrivelmente
destrutivas para todos os que lhes dão guarida no seu interior. Raiva e mágoa
destroem de dentro para fora, causando danos por vezes irrecuperáveis. Raiva e
mágoa alimentam-se de si mesmas e, também, do nosso orgulho e vaidade. Manter a
mente e o coração repletos de raiva e mágoa equivale a andar pela vida com uma
bomba relógio prestes a explodir, é só uma questão de tempo.
Raiva e mágoa são sentimentos corrosivos,
que destroem as nossas possibilidades de sermos felizes. Felizmente existe um
antídoto: o perdão.
Mas não serve qualquer perdão.
Somente o perdão autêntico e verdadeiro é terapêutico e libertador!
“Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos
mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o
Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;”
Colossenses 3:13(ARA)
Pode parecer estranho, mas, nem
todo perdão é benéfico; afinal, nem todo perdão é sincero!
“Antes, sede uns para com os outros
benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em
Cristo, vos perdoou.” Efésios 4:32 (ARA)
Quando alguém “incha” o peito e
diz que foi ofendido, mas que perdoou, está na verdade a autopromover-se, a querer
provar a si mesmo e aos outros, como é bondoso por ter perdoado. Este perdão
não é verdadeiro. Tal
como a pessoa que diz: – Eu perdoo, mas Deus fará “justiça” por mim. Esse
perdão, além de não ser verdadeiro, está muito longe da verdadeira compreensão
de justiça e da misericórdia de Deus.
“Têm
de provar que abandonaram o pecado, praticando obras que mostrem
arrependimento. “Mateus 3:8 (OL)
Não há perdão sincero se não nos
esquecermos da raiva e da mágoa que lhe deram origem. Esquecer a mágoa e a raiva não
significa esquecer o facto! Os factos, muitas vezes, permanecem na
memória e são motivo de aprendizagem para o futuro. Se esquecêssemos todo o mal
que nos fizeram no passado, não aprenderíamos como nos cuidar melhor no futuro.
Não há relacionamento sincero sem
aceitação. Para perdoar
é preciso aceitar. Aceitar não significa concordar, significa
compreender!
Para perdoar precisamos de nos compreender
a nós mesmos e aos outros.
Se alguém errou consigo, mesmo
que seja grave, não perca tempo e saúde do corpo e da alma, alimentando a raiva
e a mágoa, pois isso nos mantem aprisionados ao passado. Temos de perdoar e seguir. Perdoar é
inteligente e humano. Perdoar é libertarmo-nos primeiro a nós mesmos, depois ao
outro.
Se é verdade que o amor é a porta
da felicidade, o perdão é a única chave que pode abrir essa porta, quando está
fechada!
“E, quando estiverdes orando, se tendes
alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as
vossas ofensas. [Mas, se não perdoardes, também vosso Pai celestial não vos
perdoará as vossas ofensas.]” Marcos
11:25,26 (ARA)
Perdoe e siga em frente.
Pajovi
2022