A nossa fé em Cristo, leva-nos necessariamente a intervir a favor do
próximo. Sempre que essa acção faltar, é porque na verdade há falta de fé e
desobediência à vontade de Deus.
Por isso, apontando para a responsabilidade social que nos cabe como
cristãos, devemos, antes de mais nada, confessar que muito temos pecado diante
do Senhor, pela nossa omissão.
Quantas vezes aconteceu, termos conhecimento de alguém que estava a
passar fome e não lhe demos de comer? De alguém em dificuldades e não lhe demos
atenção?
Nós ao alhearmo-nos dos problemas das nossas comunidades, ou fecharmos
os olhos, diante do que se passa ao redor de nossos templos, estamos a
contrariar a vontade de DEUS.
Ao omitirmos o que se passa na sociedade,
fechando os olhos diante das injustiças sofridas por pessoas ao nosso redor,
estamos a contrariar a vontade do nosso DEUS.
Nós assim, ao ignorarmos o
sofrimento de povos e indivíduos em todo o mundo, estamos a contrariar a
vontade do nosso DEUS.
Agindo assim, tornamo-nos
desobedientes e negamos aquele que confessamos como nosso Senhor.
Cabe-nos pois como cristãos,
como comunidade e como Igreja inserida na sociedade, reconhecer a nossa culpa,
arrepender-nos e pedir perdão, expressando tudo isto numa ação eficaz,
obedecendo assim à vontade do nosso SENHOR E SALVADOR JESUS CRISTO.
Como cristãos confessamos que a vida é uma dádiva de Deus. Tudo o que
somos, e tudo quanto temos, DELE provêm; As nossas capacidades técnicas e
intelectuais, a natureza e o mundo.
A responsabilidade pelo uso de tudo isto é nossa mas, devemo-la ao
próprio DEUS (Gen. 1:26-28). Ao nosso lado encontram-se os nossos semelhantes,
igualmente agraciados(Isa. 11:1-10), não temos pois o direito de fazer uso
deles, pelo contrário, devemos garantir-lhes
tudo quanto lhes é de direito. Por tudo que fizer-mos, iremos prestar contas ao
Criador, Senhor único de todos os homens.
A boa sociedade compreende para todos, trabalho, saúde, habitação,
sustento, cultura, lazer, convivência e
liberdade. Sempre que um desses elementos faltar
para um só ou mais seres humanos, observamos um mundo caído, rebelde para com
DEUS (Rm. 1:28-32). A consciência cristã acusa o
pecado, tanto na esfera individual como na social (Rm. 3:9-18). O excesso e o abuso, bem como as distorções destes
elementos, são o outro lado da moeda: Sustento
sem trabalho próprio e às custas do alheio (IITs. 3:10-13); consumismo
esbanjador em vez de sustento básico (Ex. 20:8-11); trabalho escravo sem lazer,
convivência marginalizada sem escola (Jr. 6:11-17); subsistência sem liberdade,
são apenas algumas das possibilidades (Is. 5:8).
Destruição da natureza, concentração de riqueza, emprego da força,
infracção dos direitos dos outros são apenas algumas das consequências daquelas
distorções fundamentais (Am. 5:7, 10-12).
Contudo, onde a consciência acusa, o Evangelho levanta a voz profética
para chamar ao arrependimento, à libertação e à mudança radical (Mc. 1:15). O
Evangelho é o próprio Jesus Cristo, que sofreu pelo mundo caído para libertar o
homem pecador (Lc. 4:18-21). Por isso também
hoje não conseguimos ver Deus no progresso, mas sim naqueles que são por ele
triturados não no poder, mas naqueles que são por ele abatidos, não no dinheiro,
mas naqueles que não têm como comprar o elementar para suas vidas (Mc 8.34-38).
Sem comentários:
Enviar um comentário