“Desde os tempos da Igreja Primitiva até hoje são quase dois séculos de
história da Igreja. Sempre que observamos e estudamos como eram os cultos dos
primeiros cristãos, da Igreja Medieval, do período pós Reforma e contemporâneo,
percebemos logo que no meio de tantas mudanças um elemento do culto continua a
ter uma grande importância: a pregação. Claro, nem sempre em todas as eras a
pregação foi realizada como deveria e nem sempre teve a sua importância tão
enfatizada. Mas o que é realmente a pregação?
Desde a Reforma Protestante em 1523, a pregação do Evangelho tem um papel
primordial dentro do culto cristão, pois com o resgate da salvação pela Graça,
e não pelas obras, os reformadores entenderam que esse era o meio pelo qual
Cristo salvaria o homem, por meio da proclamação da Sua Palavra. Tanto dentro
da Linha tradicional, como na linha Pentecostal a Pregação foi enfatizada e era
- e ainda é - por meio dela que o homem tem sido chamado a Cristo.
Mas hoje, no século 21, vemos uma perca da centralidade da Pregação no
culto cristão. Cultos que duram duas horas, nos quais a pregação tem um pequeno
espaço de 20-30 minutos, onde muitas das vezes por não estudar, o pregador acaba por dar ao povo uma sopa rala e
infantil, algumas vezes distorcendo
o Evangelho e não alimentando o rebanho de Cristo com alimento sólido e sadio.
Assim, por não terem firmeza e conhecimento da Palavra, esses pregadores logo
são levados à tona por ventos de doutrinas estranhas às Escrituras. Não falo
aqui se o irmão é Arminiano ou Calvinista, esse não é o ponto, a questão é que
muitas das igrejas que têm um estudo e pregação fraca da Palavra são levadas
pelo vento do Liberalismo teológico ou do Neopentecostalismo, com uma ênfase
exagerada na prosperidade, tirando o foco de Cristo e colocando o homem no
Altar do Criador, fazendo do homem um ególatra e Deus um mero espectador,
fazendo da Palavra apenas mais um livro e negando ser ela a Palavra de Deus
dada aos homens.
“A autoridade da pregação não está
na eloquência ou sabedoria do pregador, mas no facto da mensagem apontar para
Jesus” [Jilton Moraes. Homilética, da pesquisa ao púlpito, Pág 20.]
Outro facto ao qual podemos atentar é a importância dada ao louvor em
detrimento da pregação. Comunidade onde o louvor acontece por mais do que uma
hora, e a pregação tem um pequeno tempo, não sendo suficiente para “alimentar”
o povo. Facto esse que não é certo, no entanto pode argumentar, “Irmão, mas
Deus também fala através do louvor, Deus pode chamar um pecador ao
arrependimento através do louvor”. Sim, isso é verdade, e o louvor é um momento
de adoração a Deus e preparação para ouvirmos a mensagem, tem a sua devida
importância no culto. Contudo não podemos tirar a Centralidade da Palavra
pregada, principalmente se levarmos em conta que, muito do conteúdo da música
gospel que temos hoje não centraliza a pessoa de Cristo, e outras possuem 15
minutos onde o cantor repete cansadamente as mesmas estrofes.
PRECISAMOS DA PALAVRA!.
“O pregador é um despenseiro dos
mistérios de Deus, ou seja, da auto revelação de Deus aos homens e é preservada
nas Escrituras.” [John Stott. O perfil do Pregador, pag 20]
Por mais que hoje as coisas estejam meio complicadas, as coisas podem ser
mudadas. Irmãos, que têm um desejo ardente de pregar, mas que pensam não ter
conhecimento suficiente, não aceitem argumentos tolos como, “A letra mata...”.
Estudem as Escrituras, leiam, releiam, procurem bons livros para ter mais noção
daquilo que estão a ler, perguntem às pessoas que estão há mais tempo na fé.
Sigam as indicações do Apóstolo Paulo a Timóteo: “Procura apresentar-te a
Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que
maneja bem a Palavra da verdade. 2 Timóteo 2:15.
Mas o que é a pregação? É a mensagem de Deus entregue aos homens, para que
esses passem a outros. É o meio pelo qual Deus doutrina (ensina), santifica e
nutre a Sua amada Igreja. A Pregação do Evangelho de Cristo é o
principal, e o mais importante de todo o Culto.”
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