Será que quando envelhecemos também ficamos mais
sozinhos? Envelhecer implica solidão? Eu acredito que não, tudo depende de cada
um de nós e da forma como encaramos a velhice.
A solidão pode e deve ser combatida, não só pela
própria pessoa, mas também pela sociedade. Se a sociedade e a igreja criarem
condições adequadas para o combate a este estigma, as pessoas terão de certeza
absoluta alternativas à solidão. Será que estão as Igrejas evangélicas, a
cuidar convenientemente dos seus velhos?
O ser humano é psicossocial, logo não acredito que
se isole de ânimo leve e voluntariamente. Nunca devemos esquecer que solidão,
não é sinónimo de isolamento. E este último pode ser auto imposto. Em qualquer
dos casos há sempre muito a fazer. Não acredito que ao envelhecer ficamos mais
sozinhos, quero acreditar que à medida que envelhecemos, vamos sim aprendendo a
lidar com a solidão e a viver connosco próprios. Quando não conseguimos lidar,
com uma imagem total de nós e da nossa relação com os outros, então acredito
que seja nessa altura que se manifestam “os sintomas” da solidão. Sendo o ser
humano um ser social, se não houver uma integração integral e adequada, da
representação das relações e do que é a solidão, então nunca saberemos o que é
sermos nós próprios, mesmo na presença dos outros.
Estudos indicam que os idosos devem permanecer no
seio familiar o mais tempo possível, no entanto, com a sociedade actual, cada
vez mais a institucionalização é uma das primeiras opções da maioria dos
familiares. Será correcto? (Institucionalização é quando alguém está durante
todo o dia entregue aos cuidados de uma instituição que não a sua família).
Infelizmente em Portugal é assim que acontece, o idoso quase nunca tem o
direito da última palavra nem da escolha, é muito mais simples
institucionalizar quando começa a dar mais trabalho. Espero que tal não
aconteça no seio das famílias e das Igrejas Cristãs. Existem outras
alternativas de apoio aos idosos, sem que estes tenham de sair do seio familiar
e social.
A partir do momento da reforma, na grande maioria
das vezes, os idosos são descartados e considerados como inactivos e inúteis
para a sociedade, sendo desta forma excluídos da mesma. Cabe a todos nós, em
especial à comunidade cristã, mudar mentalidades e atitudes, com vista a uma
inclusão social deste grupo que ainda tem tanto para oferecer.
De facto ser idoso não significa ser inútil. Ser
idoso é apenas mais uma etapa deste ciclo, que é a nossa vida e passagem pela
terra.
A grande maioria das pessoas com 65 anos ou mais,
são ainda bastante activas e produtivas. De facto, se conseguirmos aproveitar o
que de bom este grupo tem para oferecer, conseguiremos ter uma sociedade mais
rica, não apenas em termos monetários mas principalmente a nível social e
cultural.
Os jovens de hoje serão os idosos de amanhã, por
isso se queremos ser respeitados amanhã, respeitemos hoje!
PAJOVI
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