sexta-feira, 15 de outubro de 2021

O Cristão e o seu Dinheiro

 

A Bolsa de Valores sobe! Juros caem! A Inflação voltará? A Crise económica preocupa o governo! As notícias nos jornais, revistas e programas de televisão não param de falar sobre dinheiro. Em Portugal, como em muitos outros países, os governos são eleitos e desfeitos por circunstâncias e políticas económicas. Mas, essa preocupação com dinheiro não é assunto exclusivo do governo. Muitas igrejas, também, se dedicam à busca do dinheiro. Algumas enfatizam a procura da prosperidade na vida dos crentes, e muitas mostram uma preocupação muito grande em arrecadar dinheiro para a própria igreja. A maioria das pessoas vive numa constante agitação por causa de diversos problemas financeiros, contas já vencidas, desejos de receber aumentos salariais, dívidas assustadoras. O que Deus ensina para nos ajudar no meio de tanta preocupação sobre o dinheiro? Vamos examinar alguns princípios bíblicos que nos vão ajudar a fazer a vontade de Deus na aquisição e uso do dinheiro. A Bíblia fala muito sobre este assunto; por isso, vou usar muitas citações bíblicas. Reserve o tempo necessário para ler cada passagem e confirmar que o ensinamento aqui é de Deus, não de homens.

O dinheiro é uma ferramenta, não é o nosso dono

Muitas pessoas são escravas do dinheiro. Lutam tanto para ter dinheiro que nem têm tempo para gozar da sua prosperidade! O desejo de ter coisas e acumular riquezas domina a vida de muita gente. Já ouviu alguém falar sobre as posses de Bill Gates ou de outro rico com tom de inveja na voz? Os servos de Deus precisam de reconhecer que o dinheiro é uma ferramenta, que deve ser usada para fazer boas obras, o dinheiro não é o nosso dono e senhor. Uma das táticas mais eficazes do diabo é apagar o zelo do cristão com preocupações financeiras (Mateus 13:22). Jesus ensinou claramente que nós temos que escolher entre dois senhores (Mateus 6:19-34).

Muitas pessoas, ficam escravas do dinheiro, por acumular dívidas. Porque é que alguém assinaria um papel para assumir uma dívida e pagar juros, às vezes tão altos que acabam por multiplicar o custo da compra? Os problemas mais comuns com as dívidas são:  Motivos errados: avareza, cobiça e inveja (Provérbios 23:1-5; Tiago 4:2-4). Em vez de trabalhar e exercer domínio próprio para poupar dinheiro e comprar à vista, há pessoas se enganam a si próprias, e pagam a prestações para obter as coisas imediatamente.

Procedimento errado: Desonestidade. A pessoa que promete pagar é obrigada cumprir a promessa. Aquele que promete e não paga está a pecar. Quem promete quando sabe que não tem condições para pagar, é um mentiroso indigno da vocação a que fomos chamados (Efésios 4:1,25; Mateus 5:37). Vida desordenada: falta de administração. Ao contrário de cuidar das suas obrigações como Deus mandou, o devedor acaba por ser dominado por outros (Provérbios 22:7). Falta de domínio próprio, uma das qualidades essenciais da vida cristã (Gálatas 5:23; 2 Pedro 1:6).

Os servos de Deus, precisam de entender bem alguns princípios, que a Bíblia ensina sobre o dinheiro, para não serem enganados e escravizados pelo dinheiro. Aprendemos nas Escrituras que nunca devemos pôr nossa confiança nas riquezas (1 Timóteo 6:17-19; Provérbios 11:28; Lucas 12:15-21; 1 Timóteo 6:4-11). O dinheiro não é uma fonte de alegria ou contentamento (Provérbios 15:16-17; Eclesiastes 5:10-11). Apesar das doutrinas de algumas igrejas hoje, que dizem que a prosperidade é evidência da fidelidade, a Bíblia ensina que nem riqueza nem pobreza, por si só, nos fazem melhores servos de Deus. É bom ter o suficiente, mas não o excesso (Provérbios 30:7-9).

Honestos no trabalho e nas finanças

Há muita preguiça e desonestidade no mundo, mas o discípulo de Cristo tem que tirar tais atitudes pecaminosas de sua vida. Devemos trabalhar com honestidade e dedicação, lembrando-nos que o Senhor nos está a observar (Colossenses 3:22-25; Provérbios 27:23-27). O preguiçoso está sempre a criar “negócios” (engenhos) que, diz ele, trarão riquezas fáceis e rápidas. Homens sem entendimento, têm cometido o mesmo erro ao longo dos anos. Provérbios 28:19-22. O que lavra a sua terra terá pão em abundância, mas quem corre atrás de coisas sem valor se fartará de pobreza. O homem fiel será cumulado de bênçãos, mas quem tem pressa de enriquecer não ficará sem castigo. Parcialidade não é bom, porque uma pessoa é capaz de transgredir até por um bocado de pão. O ganancioso corre atrás das riquezas, mas não sabe que a pobreza há de vir sobre ele.

(Efésios 4:28). O cristão, precisa de abandonar qualquer maneira desonesta de ganhar dinheiro e fazer “com as próprias mãos o que é bom” 

Não somente no trabalho, mas em todos os negócios, devemos ser absolutamente honestos (Provérbios 10:2; 16:8; 20:17; 22:28). “Trabalhar por adquirir tesouro com língua falsa é vaidade e laço mortal” (Provérbios 21:6). As pessoas honestas evitarão dívidas desonestas e excessivas (Provérbios 22:7,26-27). Elas pagam os devidos impostos e obedecem às leis do governo (Mateus 22:17-21; Romanos 13:1-7; 1 Pedro 2:13-17). Não serão gananciosas, nem oprimirão outros (Provérbios 28:8; Tiago 2:6-7; 5:1-6; Amós 8:4-6).

Cumprindo as obrigações financeiras

O cristão deve administrar bem o seu dinheiro, porque Deus lhe deu várias responsabilidades. A pessoa que usa o seu dinheiro para servir, da maneira que o Senhor quer, está a preparar-se para estar com Deus para sempre (1 Timóteo 6:17-19; Lucas 16:1-13). Consideremos algumas responsabilidades ou, melhor, os privilégios que Ele deu aos seus servos.

Participar no trabalho da igreja: Desde o início, a igreja do Senhor tem recebido e usado dinheiro no seu trabalho. No Novo Testamento, aprendemos que a igreja recebeu dinheiro por ofertas voluntárias (Atos 4:32-37) dadas no primeiro dia da semana (1 Coríntios 16:1-4). Essas coletas foram feitas na congregação local, e a própria congregação empregou o dinheiro no trabalho autorizado por Deus. (Uma igreja que manda dinheiro para alguma sede, ou igreja mãe, ou que sustenta algum tipo de instituição criada por homens está a fugir do padrão bíblico.) Cada cristão tem a responsabilidade de dar “conforme a sua prosperidade” (1 Coríntios 16:2), “segundo tiver proposto no seu coração” “com alegria” (2 Coríntios 9:7). Enquanto o Novo Testamento não exige o dízimo (que foi um valor obrigatório para os judeus sob a lei de Moisés), não devemos pensar que Deus quer só as migalhas que sobram depois de nos fartarmos. Jesus elogiou o espírito de sacrifício da viúva pobre (Lucas 21:1-4). Paulo agradeceu o sacrifício dos filipenses, como uma oferta agradável a Deus (Filipenses 4:18). Ele elogiou os irmãos da Macedónia pela sua generosidade, ao dizer que; “deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor” (2 Coríntios 8:5). Eles descobriram a chave da generosidade. A pessoa que recusa dar liberalmente tem esquecido que Jesus deu a própria vida para nos resgatar. Devemos sacrificar com alegria!

Sustentar a família: Numa época em que muitas famílias sofrem por causa da preguiça e irresponsabilidade de homens, devemo-nos lembrar que quem é convertido a Cristo se vai transformar. Paulo confrontou esse problema de homens ociosos em Tessalónica, e os criticou com palavras claras: “...e a diligenciardes por viver tranquilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar com as próprias mãos, como vos ordenamos; de modo que vos porteis com dignidade para com os de fora e de nada venhais a precisar” (1 Tessalonicenses 4:11-12); “Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma. Determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranquilamente, comam o seu próprio pão” (2 Tessalonicenses 3:10-12). Noutra carta, ele falou da obrigação de sustentar os parentes, especialmente as viúvas: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (1 Timóteo 5:8).



Ajudar os necessitados: Como discípulos de Cristo, temos a responsabilidade de usar o nosso dinheiro para ajudar os necessitados. Generosidade faz parte do carácter do cristão verdadeiro. Devemos trabalhar para ter condições para ajudar os outros (Efésios 4:28). Os que são abençoados com coisas materiais devem usá-las para boas obras de caridade (1 Timóteo 6:17-18). Cada um de nós tem a responsabilidade de ajudar as viúvas e os órfãos (Tiago 1:27). Entre as coisas que Jesus vai examinar no julgamento é nossa benevolência para com outros (Mateus 25:35-46). Cada um responderá pelas coisas que fez nesta vida. Vamos meditar nos ensinamentos bíblicos para aprender como mostrar esse cuidado para com os outros (Salmo 112:5-6; Mateus 19:21; 1 João 3:17). Lembremo-nos que o segundo grande mandamento é amar o próximo (Mateus 22:39).

Motivo para ser bom administrador

Quando consideramos tudo que devemos fazer com o nosso dinheiro, compreendemos a importância da boa administração financeira. O nosso dinheiro é uma ferramenta que devemos empregar para fazer a vontade de Deus.

Somos privilegiados ao participarmos no trabalho de uma igreja, em ter condições para sustentar a família e ajudar outras pessoas. E, no final das contas, qualquer sacrifício que oferecemos não será nada, em comparação com o sacrifico de Jesus na cruz (Lucas 17:10).


Pajovi 2021

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